domingo, 8 de julho de 2018

URIM, TUMIM E O PEITORAL DO SACERDOTE

   Olá pessoal! Nesse post vou falar sobre os acessórios conhecidos como "urim e tumim" e o peitoral do sacerdote de acordo como foi orientado por Deus a serem feitos pelos israelitas após a saída do Egito.
   É muito significativo que após os israelitas deixarem o Egito guiados por Moisés, esse recebeu de Deus instruções relativas aos ritos que deveriam ser obedecidos desde então pelos israelitas, o que deveria ser considerado permitido e proibido e instruções para a manufatura de uma série de artefatos, alguns desses ritos ainda são observados pelos judeus na atualidade, mas, quanto a muitos desses insólitos artefatos não se sabe se foram de alguma forma conservados ou não e por isso são motivos de muitas especulações da parte dos pesquisadores. 
   As instruções relativas a como deveria ser o manto do sacerdote e inclusive o peitoral com doze pedras preciosas representando as doze tribos de Israel e o "urim e tumim" encontram-se em Êxodo cap. 28 versículos 1 a 5 veja:

   "Faze vir junto de ti, do meio dos israelitas, teu irmão Aarão com seus filhos para me servirem no ofício sacerdotal: Aarão, Nadab, Abiú, Eleazar e Itamar, filhos de Aarão.
   Farás para teu irmão Aarão vestes sagradas em sinal de dignidade e de distinção. Fala aos homens inteligentes a quem enchi o espírito de sabedoria, para que confeccionem as vestes de Aarão, de sorte que ele seja consagrado ao meu sacerdócio. Eis as vestes que deverão fazer: um peitoral, um efod, um manto, uma túnica bordada, um turbante e um cinto. Tais são as vestes que farão para teu irmão Aarão e para os seus filhos, a fim de que sejam sacerdotes a meu serviço; empregarão ouro, púrpura violeta e escarlate, carmesim e linho fino."

   Nesse trecho vemos a orientação para a manufatura de uma vestimenta completa de uso do sacerdote. O manto básico é chamado de "efod" e também "éfode" em outras versões. Quanto ao peitoral com as doze pedras engastadas a descrição se encontra em Êxodo cap. 28 versículos 15 a 22 veja o trecho:

   "Farás um peitoral de julgamento artisticamente trabalhado, do mesmo tecido que o efod: ouro, púrpura violeta e escarlate, carmesim e linho fino retorcido. Será quadrado, dobrado em dois, do comprimento de um palmo e de largura de um palmo. Tu o guarnecerás com quatro fileiras de pedrarias. Primeira fileira: um sárdio, um topázio e uma esmeralda; segunda fileira: um rubi, uma safira, um diamante; terceira fileira: uma opala, uma ágata e uma ametista; quarta fileira: um crisólito, um ônix e um jaspe. Serão engastadas em uma filigrana de ouro. E, correspondendo aos nomes dos filhos de Israel, serão em número de doze, e em cada uma será gravado o nome de uma das doze tribos, à maneira de um sinete."

   Em complemento, também há instruções sobre o "urim e tumim" a serem colocado nesse peitoral, está em Êxodo cap. 28 versículo 30, veja:

   "No peitoral de julgamento porás o urim e o tumim, para que estejam sobre o peito de Aarão quando ele se apresentar diante do Senhor. Assim Aarão levará constantemente sobre o seu coração, diante do Senhor, o julgamento dos israelitas."

   Há muitas ilustrações de artistas que tentaram ilustrar como deveria ser essa vestimenta. Essa é uma delas:

   Madame Blavatsky no volume V de sua "Doutrina Secreta" seção 26 "Os ídolos e os Terafins" menciona o seguinte em relação a esse assunto:

   "(...)e se o Gênesis nos conta que Rebeca 'foi interrogar o Senhor', e o Senhor lhe respondeu (certamente por intermédio do terafim) com várias profecias? E se isso não é suficiente, veja-se como Saul deplora o silêncio do éfode, e como Davi consulta o tumim e recebe do Senhor conselhos orais quanto à melhor maneira de aniquilar os inimigos.
   No entanto, o tumim e o urim, que em nossos dias são objeto de tantas conjeturas e especulações, não foram inventados pelos judeus, nem seu uso principiou com eles, não obstante as minuciosas instruções que Jehovah deu a Moisés sobre esse assunto: o hierofante dos templos egípcios já usava um peitoral de pedras preciosas em tudo semelhante ao do sumo sacerdote israelita."

   Blavatsky nessa seção fala sobre o uso dos chamados "terafins" ídolos que foram usados por muito tempo ainda pelos judeus, costume trazido da Caldéia. O próprio pai de Abraão fabricava tais ídolos, seu nome era Terah que significa "fabricante de imagens". E também diz ela que a vestimenta do sacerdote israelita foi baseada na vestimenta dos sacerdotes egípcios e que no tempo de Saul e Davi os urim e tumim ainda eram consultados para tomar decisões. "urim e tumim" significa "luzes e perfeições" e como já foi dito, eram atados ao peitoral do sacerdote. Veja o trecho em que Saul consulta o urim para saber a melhor decisão a tomar relativo a batalha contra os filisteus, está em I Samuel cap. 27 versículos 5 a 6:

   "Ao ver o acampamento dos filisteus, Saul inquietou-se e teve grande medo. E consultou o Senhor, o qual não lhe respondeu nem por sonhos, nem pelo urim, nem pelos profetas."

  Quanto a consulta de Davi a esse artefatos, a narrativa se encontra em I Samuel cap. 30 versículos 6 a 8 veja:

   "Davi afligiu-se em extremo, porque os seus queriam apedrejá-lo, estando todos amargurados por causa da perda de seus filhos e filhas. Mas Davi se reconfortou no Senhor, seu Deus. E disse ao sacerdote Abiatar, filho de Abimelec: 'Traze-me o efod'. Abiatar trouxe-lhe o efod. Davi consultou o Senhor: 'Devo perseguir essa gente? Vou alcançá-la?'. 'Persegue-os' -respondeu o Senhor;- 'tu os alcançarás certamente e os vencerás.'"

   Tempos após, não se encontram mais menções nem ao peitoral com doze pedras do sacerdote, nem aos urim e tumim. Há certas referências que ainda dizem que para o corte das pedras do peitoral do sacerdote Moisés recorreu ao "shamir" um tipo de verme capaz de cortar pedras com precisão e silêncio, o mesmo ao qual recorreria Salomão para o corte das pedras para a construção do Templo de Jerusalém. Mas, quanto ao urim e tumim fica em aberto se esse artefato acoplado ao peitoral do sacerdote dava respostas complexas, ou simples como "sim e não" e se tais respostas eram realmente a manifestação da vontade de Deus ou apenas leitura de sorte. Ao longo de toda Bíblia em muitos pontos se narra sobre indivíduos que tomam decisões baseados aparentemente em uma jogada de sorte. Seja como for, desses e de outros artefatos nada se sabe, desapareceram da história.



   

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