O GRANDE CABALISTA ISAAC LURIA
Olá a todos! Nesse post vou fazer um resumo sobre a vida do cabalista judeu Isaac Luria (1534-1572).
Isaac Luria nasceu em Israel de família askenazi. Devido a sua grande sabedoria, desenvolvimento espiritual e conhecimento de cabala ganhou a alcunha de ARI (iniciais de Elohi Rabênu Yits'chac "divino mestre Isaac" em hebraico) como ARI também significa "leão" em hebraico, ás vezes ele costuma ser chamado de "leão de Safed" por ele ter atuado em seus últimos anos na cidade de Safed.
Existe uma história que diz que antes do ARI nascer seu pai Shlomo teve uma visão do profeta Elias que disse a ele que o menino que iria nascer deveria receber o nome de Isaac e que ele revelaria segredos da Torá para o mundo desde que ele cumprisse a condição de não circuncidar a criança até ele ver Elias entre os convidados. No oitavo dia de vida durante a cerimônia Shlomo permaneceu em oração aguardando e não permitiu a circuncisão até ver Elias dizendo aos outros que esperava um convidado atrasado. Muitos foram embora devido a demora e Shlomo chorou pensando que Elias não viria por algum pecado que ele cometeu, mas, finalmente Elias surgiu e Shlomo ordenou que fosse feita a circuncisão. Elias lhe explicou que se atrasou como um teste para saber se ele realmente acreditava nele. Quando o ARI ainda era muito jovem seu pai faleceu, por isso sua mãe se mudou para a casa de seu tio Mordechai Francis no Egito. Aos quinze anos o Ari se casou com a filha de Mordechai sua prima. Estudou técnicas meditativas com o rabino Betsalel Askenazi. Mesmo depois de casado, o ARI não se ocupava de assuntos mundanos, o seu próprio tio/sogro que era muito rico se encarregava de fornecer o sustento dele e de sua filha para poder deixar o ARI livre para se dedicar ao misticismo e mistérios divinos. O ARI passou a viver em uma cabana isolada próximo ao Nilo acompanhado apenas de certos livros de conteúdo esotérico e em total silencio e meditação profunda, ele apenas voltava para sua família no sábado e mesmo em casa se limitava a falar o mínimo necessário. Nessas circunstâncias ele atingiu um elevado nível espiritual e sabedoria e teve uma visão do profeta Elias dizendo que ele deveria ir para Safed em Israel para revelar seu conhecimento ao mundo. A cidade de Safed tinha se convertido em um importante centro de estudos cabalísticos devido a vários fatores e o mais eminente mestre naquele momento era o rabino Moisés Cordovero conhecido como RAMAC (1522-1570). Apesar de sua sabedoria e também os grandes poderes que ele desenvolveu, o ARI chegou discretamente em Safed e tornou-se aluno do RAMAC pelo pouco tempo que eles conviveram. Antes de morrer, o RAMAC disse a seus discípulos que o próximo grande mestre após ele seria a pessoa capaz de enxergar o pilar de luz acima de seu corpo. Depois que ele faleceu, seus amigos quiseram enterrá-lo na área mais nobre do cemitério judeu, mas o ARI interveio e disse que o corpo deveria ser enterrado em outro local onde estava o pilar de luz, assim, as pessoas perceberam que o ARI seria o próximo grande mestre.
O rabino Chaim Vital (1542-1620) também estudou com o RAMAC. Depois da morte do RAMAC ele passou a ouvir várias histórias acerca do ARI e quis ir até Safed para verificar por si mesmo se o ARI era realmente tudo isso. Ao chegar lá encontrou o ARI em sua loja comercial cuidando de seus negócios e ficou decepcionado. Antes de ir embora, o ARI o abordou e os dois iniciaram uma conversa em particular na qual o ARI falou grandes segredos e Chaim Vital se deu conta de que aquele era realmente um grande mestre e tornou-se seu principal discípulo. O ARI revelou a Vital que ele tinha vindo ao mundo especialmente para ensinar cabala a Vital pois ele seria responsável por divulgar esse conhecimento ao mundo.
Eu mencionei os "poderes" que o ARI desenvolveu, pois veja um relato escrito pelo próprio Chaim Vital seu discípulo:
"Ele conhecia a linguagem das árvores, das aves e a fala dos anjos. Podia discernir tudo que uma pessoa tivesse feito e ver o que faria no futuro. Podia ler o pensamento das pessoas. Sabia de tudo que estava acontecendo aqui na terra e o que era decretado no céu. Ele conhecia os mistérios da reencarnação, quem tinha nascido previamente e quem aqui estava pela primeira vez. Tudo isso vimos com nossos próprios olhos, essas não são coisas que ouvimos de outros. Nada disso era conseguido por meio da magia, Deus não permita! Pois há uma forte proibição contra essas artes. Tudo vinha automaticamente, como resultado de sua santidade e ascetismo, após muitos anos de estudos dos textos cabalísticos."
As habilidades especiais do ARI eram fruto de sua santidade e esforço pessoal na busca pelo conhecimento oculto. Ele adquiriu a habilidade de ler a mente das pessoas. Quanto aos decretos do céu, trata-se da técnica conhecida como "merkaba" na qual o adepto ascende aos planos espirituais superiores e pode ouvir as conversas dos anjos. É a mais secreta e mais perigosa técnica cabalística, entretanto, o ARI não apenas dominou essa técnica como ascendia aos planos espirituais de modo espontâneo quando dormia. Em relação a reencarnação, há evidências que apontam que Jesus havia confirmado isso, mas, tal ensinamento teria sido suprimido pela igreja católica. O ARI não apenas falava de reencarnação, como também falava que certas pessoas encarnadas possuíam "fragmentos" de almas de personagens do passado.
Dentre as técnicas de cabala prática do ARI estavam meditações especiais, os chamados "ychudim" que são meditações que usam "nomes divinos" específicos. Ele também dizia a seus dicípulos que era muito benéfico meditar sobre o túmulo de um justo do passado e até lhes passava técnicas específicas para poder realizar um tipo de união com as almas desses justos e obter respostas para questões de misticismo.
As concepções cabalísticas do ARI estão entre as mais influentes entre os cabalistas judeus da atualidade. Seu túmulo na cidade de Safed é muito visitado, embora haja certa dúvida de que seu corpo realmente foi colocado ali ou foi ocultado em outro lugar por seus discípulos. Fotos da sinagoga asquenazi onde o Ari rezava por fora e por dentro:
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